Por mais que
Resident Evil: Revelations
tenha finalmente resgatado o terror que há tempos havia desaparecido da
série, muitos fãs criticaram o lançamento do game no ano passado. Como o
título era exclusivo do Nintendo 3DS, muita gente achou injusto um
título tão bom chegar somente aos portáteis, principalmente quando todo
mundo esperava viver aquela experiência também nos consoles.
E a
Capcom
decidiu ouvir os apelos desesperados. Na próxima semana, a missão de
Jill Valentine a bordo do Queen Zenobia finalmente vai chegar aos
sistemas de mesa em uma versão em HD — com direito a uma demonstração
nesta terça-feira.
No entanto, esse é apenas um caso entre tantos. Pense na quantidade de
títulos exclusivos das plataformas de bolso que poderiam ganhar nova
vida nos consoles. É claro que não há nada de errado um jogo permanecer
apenas no 3DS ou Vita — é isso que vai ajudar o sistema a ganhar força
—, mas é inegável que muitos desses games mereciam um relançamento em
alta definição e com tudo aquilo que a tecnologia da atual — ou da
próxima — geração tem a oferecer.
Por isso, decidimos revirar o baú em busca de clássicos dos portáteis
que deveriam receber o mesmo tratamento que a Capcom deu a Resident
Evil: Revelations, ou seja, serem simplesmente
portados com
apenas um ou outra melhoria. Não se trata de um remake, mas de uma prova
de que os portáteis já possuem a capacidade de gerar jogos tão bons
quanto qualquer outro console.
1. Kingdom Hearts: Birth by SleepNão há nada que um fã odeie mais do que ver sua franquia favorita ser lançada para consoles que ele não tem. E
Kingdom Hearts
é campeão em fazer isso, já que a maioria de suas sequências chegou a
uma plataforma diferente — e sempre contando partes importantes da
trama.
E de todos os títulos da série que passaram pelos portáteis,
Birth by Sleep
é o que mais tem chances de ganhar uma versão para consoles. Não só
porque isso deve acontecer na vindoura coletânea HD 2.5 ReMIX, mas
porque ele é um dos únicos a ter uma jogabilidade bem próxima à dos
jogos do PlayStation 2, uma vez que o PSP não trazia tanto recursos
diferenciados quanto o DS. Seria apenas adicionar um filtro para
melhorar os gráficos e fazer alguns ajustes na câmera com a adição do
segundo analógico.
Além disso, o título ainda é um dos melhores de toda a franquia. Ele
expande o confuso universo da série com personagens, mundos e
acontecimentos inéditos que ajudam a explicar algumas das pontas que
ainda permaneciam soltas dentro da história.
De quebra, BBS serve como o pontapé inicial da Square em direção ao tão
desejado Kingdom Hearts 3. Com o lançamento da sequência cada vez mais
próximo, trazer o game para uma audiência maior ajudaria o público a
conhecer alguns rostos que serão ainda mais importantes no futuro, como o
trio Terra, Aqua e Ventus, além do próprio Master Xehanort.
KH: Dream Drop Distance
é outro game que poderia se dar muito bem nos consoles de mesa. Por
mais que ele tenha sido lançado como exclusivo do 3DS, as três dimensões
e a segunda tela não são tão essenciais assim e não seria tão
complicado ajustar esses recursos às demais plataformas. Em todo o caso,
o Wii U está aí caso a produtora não queria abrir mão da tela sensível.
2. The Legend of Zelda - A saga do Toon LinkJá que
The Wind Waker está a caminho, não custa nada a Nintendo trazer também
Phantom Hourglass e
Spirit Tracks
para o Wii U, não é mesmo? Os dois títulos são exclusivos do DS, mas
também são sequências diretas da aventura do Gamecube, o que torna a
remasterização ideal, principalmente por fechar a trilogia do Toon Link.
E por mais que as chances de isso acontecer não sejam tão altas, o
relançamento não seria impossível. Como a jogabilidade dos dois games é
totalmente baseada na touchscreen, a tela do GamePad poderia recriar a
experiência com facilidade, trazendo apenas um ou outro ajuste na
mecânica geral — além de ser a oportunidade perfeita para corrigir o
péssimo sistema de combate de Phantom Hourglass.
Isso sem falar que o visual cartunesco ficaria muito mais bonito em
alta definição. Como ele é todo desenhado, a adaptação não exigiria
praticamente nenhum esforço para ser feito e até deixaria seus passeios
de barco ou trem ainda mais encantadores.
Levando em consideração que a Nintendo está realmente precisando
alavancar as vendas do Wii U, trazer a trilogia do Toon Link seria ótima
alternativa para ganhar tempo enquanto os lançamentos inéditos ainda
não chegam à plataforma.
3. Gravity Rush
A Sony até tentou transformar Kat em uma espécie de mascote do
PlayStation Vita, mas não foi muito para frente com a ideia. No entanto,
é inegável que
Gravity Rush é um dos melhores títulos do portátil e que poderia ganhar uma versão para PS3 sem qualquer tipo de limitação.
Por mais que o game utilize vários dos recursos do Vita, não há nada que
não possa ser reproduzido ou adaptado no console de mesa. O uso da tela
de toque poderia ser substituído pelos gatinhos do DualShock 3 e até
mesmo o quase sempre esquecido Sixaxis poderia ter seus momentos de
glória durante os momentos em que a heroína usa seu Dash gravitacional.
De resto, tudo funcionaria muito bem no PS3. O visual em cel-shading
pode ser levado para a alta definição sem prejuízo em sua qualidade e o
sistema de combate continuaria sendo igualmente empolgante.
Além disso, brincar com a gravidade neste mundo poderia ganhar nova
profundidade na plataforma principal da Sony. Além da qualidade de
imagem em HD, a empresa poderia ressuscitar o uso do 3D em seu sistema —
alguém ainda usa isso? — e fazer com que os “mergulhos” de Kat fiquem
ainda mais divertidos.
4. Kid Icarus: UprisingTudo bem que
Kid Icarus: Uprising
foi o jogo com o qual a Nintendo prometeu aproveitar todo o potencial
do 3DS, mas isso não impede que o pequeno Pit alcance voo também no Wii
U. Com exceção do efeito 3D, tudo pode ser adaptado ao console.
Mesmo com as limitações gráficas do 3DS, o resultado final foi tão
bom que bastariam alguns ajustes para que ele ficasse muito bem em um
console mais potente. Isso sem falar da possibilidade de ver os
belíssimos cenários em uma tela maior já faz valer a ideia.
E mais do que simplesmente trazer o game para o Wii U, a Nintendo
poderia aproveitar o relançamento para corrigir alguns problemas de
Uprising, principalmente no uso de câmeras. Com a adição de um segundo
analógico, não seria mais preciso usar a touchscreeen para comandar a
perspectiva do jogo, o que evitaria muita dor de cabeça ao longo de sua
jornada.
5. The 3rd BirthdayPor
mais que o game para PSP tenha sido excelente, Aya Brea merece muito
mais. Parasite Eve é um dos melhores jogos do PlayStation original e é
uma pena que o terceiro game da série tenha ficado limitado apenas ao
PSP, o que impediu muita gente de conferir a conclusão da saga da
policial. Levar o game para o PS3 — e também para o Xbox 360, por que
não? — seria a solução ideal para acabar com esse problema.
Assim como todo jogo portátil da Square Enix, a qualidade visual do
game não deixa nada a desejar e o trabalho de adaptação visual seria
simplesmente para melhorar a resolução e acabar com alguns serrilhados.
De resto, o título já está pronto para encarar a atual geração de peito
aberto.
Além disso, a mecânica de
The 3rd Birthday
é simplesmente perfeita para um console de mesa, trazendo a ação dos
shooters atuais — e que estão em alta no momento — com elementos de RPG e
personalização que fariam com que a aventura não fosse apenas mais um
jogo entre tantos do gênero.
6. OkamidenSe a remasterização de Okami para PS3 deu certo, não há razão para a Capcom não fazer o mesmo com sua sequência. E por mais que
Okamiden
seja um exclusivo do Nintendo DS, o estilo artístico do game poderia
ser facilmente adaptado, o que tornaria a transição bastante natural.
E como acontece com a maioria dos títulos desenvolvidos para o portátil
da “Big N”, o grande atrativo da aventura é o uso da tela sensível para
utilizar os poderes de Amaterasu. Assim, bastaria usar a stylus para
pintar o cenário e ativar as diferentes habilidades. No entanto, o
primeiro Okami já nos ensinou que os controles tradicionais são o
suficiente para dar conta do recado, não é mesmo?
E se o uso da tela sensível for realmente indispensável, o Wii U pode
(mais uma vez) dar conta do recado, recriando a jogabilidade original
no GamePad e tornando a jornada de Chibi ainda mais épica e grandiosa.
7. Crisis Core: Final Fantasy VIIO
prequel de um dos games mais aclamados de todos os tempos não pode ficar limitado apenas ao PSP.
Crisis Core: Final Fantasy VII
foi a razão pela qual muita gente comprou o portátil da Sony, tamanha a
qualidade do título. A Square Enix caprichou em seu desenvolvimento e
fez jus a tudo aquilo que o título original representa.
E não se trata apenas de reaproveitar o sucesso de FF VII. O jogo
permite que conheçamos o Soldier Zack mais a fundo, explorando suas
ambições e dilemas — elementos que ajudaram a aprofundar o enredo do
jogo de 1997. Além disso, ele ainda mostra um pouco mais do vilão
Sephiroth antes de ele enlouquecer e se transformar no monstro que todos
conhecem.
Por conta de tudo isso, Crisis Core se encaixaria perfeitamente em um
PS3 ou Xbox 360 — ou na próxima geração, caso a Square queira lucrar
rios de dinheiro com os novos consoles. O sistema de combates é bem
simples e dinâmico, evitando qualquer tipo de mudança mais drástica e,
por consequência, economizando tempo.
Em outras palavras, o título está pronto para ser
portado, mas sabemos que isso não deve acontecer tão cedo. Quem sabe ele venha junto com o já lendário remake de Final Fantasy VII...
8. Castlevania: Lords of Shadow – Mirror of Fate
A Konami dividiu a opinião dos fãs ao trazer Castlevania para o mundo
dos ambientes tridimensionais. Muitos gostaram da nova abordagem,
enquanto outros acharam genérico demais e com muito mais semelhanças com
God of War do que o necessário. E enquanto as discussões não chegam a
um consenso, o bom e velho estilo Metroidvania permanece firme e forte
nos portáteis.
E dos diversos títulos que passaram pelo sistema de bolso da Nintendo,
Mirror of Fate
é o que mais tem chances de aparecer nos consoles. Tanto que a própria
MercurySteam já comentou que há a possibilidade e que isso pode
acontecer no futuro.
O melhor de tudo é que, apesar de o título ser exclusivo do 3DS, ele
pode ser lançado para qualquer outra plataforma. O efeito tridimensional
não faz grande diferença na experiência e a segunda tela serve apenas
para exibir o mapa e gerenciar os itens — algo que pode ser facilmente
feito com o Start ou o próprio Select.
Talvez o único ponto é que não valeria a pena lançar Mirror of Fate
em um disco único, já que ele não é tão grande a ponto de valer um
Blu-ray, por exemplo. Por isso, ou ele chegaria direto no formato
digital — e por um preço bem em conta — ou a Konami poderia abrir os
olhos e trazer a trilogia do Nintendo DS (Dawn of Sorrow, Portrait of
Ruin e Order of Ecclesia) também em HD dentro do mesmo pacote.
9. Uncharted: Golden AbyssAqui
nem tem o que falar. O jogo do PlayStation Vita segue exatamente a
mesma fórmula da trilogia do PS3, o que faz com que o exclusivo do
portátil não tenha muito o que adaptar na hora de fazer o caminho
inverso. É basicamente o mesmo caso de God of War com Chains of Olympus e
Ghost of Sparta.
A única exigência seria acabar com os
puzzles que tentam
explorar os recursos únicos do aparelho, como rabiscar a tela ou apontar
a câmera para uma fonte luminosa. De resto, tudo aquilo que foi
apresentado na missão de bolso de Nathan Drake pode aparecer no
PlayStation 3 sem grandes esforços.
10. Super Mario 3D LandÉ claro que não poderia faltar Mario nesta lista — principalmente em um dos melhores jogos do personagem em anos.
Super Mario 3D Land
veio para mostrar ao mercado qual a real utilidade das três dimensões
no portátil e revelou o quanto o recurso pode trazer em termos de
profundidade. E isso ficaria ainda melhor no Wii U.
Já sabemos que a Nintendo já está planejando trazer um novo game do
personagem em ambientes tridimensionais — ao estilo Super Mario Galaxy
—, mas aposto que ninguém iria reclamar caso esse anúncio fosse, na
verdade, a ida de 3D Land para o console de mesa. Por mais que o recurso
exclusivo do 3DS realmente faça falta, enxergar aquele mundo em
resolução Full HD compensaria e traria um belíssimo espetáculo aos
olhos.
E como todo título do encanador, o visual e a jogabilidade seriam
facilmente adaptáveis, já que não há nada extraordinário ou que exija
empenho durante a conversão. O único requerimento era manter a diversão
tão boa quanto no original.
Esquecemos algum?
Como toda lista, esta não é definitiva. Estes são apenas alguns
títulos que ficariam ótimos ao extrapolar as barreiras dos portáteis,
mas sabemos que há outros que não foram citados. Será que você é capaz
de relembrar? Se sim, não deixe de compartilhar nos comentários.